A tralha dos outros

Eu sei que não pode mas ....toda vez que vou até lá  pergunto : "E ai, mãe. O que a gente vai jogar fora hoje?"

A tralha dos outros é sempre um desafio. Quando eu era uma mãe de duas crianças pequenas, foi minha irmã que me deu o alerta: "mas pra que tanto brinquedo?" "Isso aqui tá precisando de uma interferência pública, rs rs" Eu não tinha coragem de me desfazer deles, mesmo dos quebrados....e não me dava conta...

E até acho que era um modo de "segurar" a infância das crianças um pouco mais comigo...como se resolvesse...E então ela me ajudou interferindo, me dando o alerta...Por isso não me incomodo em dar "uns pitacos" na tralha alheia. Eu agradeço a ela até hoje pelo pitaco dado, que desencadeou meu processo de mudança...

Guardar coisas sempre tem um fundo psicológico forte. Primeira coisa é sempre se perguntar por que? Por que estou guardando isso?  O que está por trás, qual é o fundo psicológico que te leva a guardar potes de vidro vazios, potes de plástico, vasos, coisas antigas quebradas e feias... Precisa de uma boa dose de sinceridade, não é comigo ou com o Láu Babauta ( minimalista rs) é com você mesmo!

Seja sincero e será mais fácil se desfazer das coisas , mas se não conseguir, se desfaça assim mesmo. Aos poucos você vai percebendo que não usou aquele objeto, não fez falta e que sua vida ficou até melhor...e isso te anima a continuar... é um moto continuo. Com certeza perceber a casa mais leve te animará a encarar o problema . Você se perguntara se vale a pena tanto esforço para se enganar, para não encarar a verdade.

Não vamos levar nada para o túmulo, somente experiências, então o melhor é perceber que não precisa de coisas e que precisar de coisas é uma ilusão e que seu dinheiro pode e deve ser usado para experiencias ( viagens, passeios, trabalhar menos) Não é fácil. A cada momento somos bombardeados por promessas de felicidade que as coisas nos trarão. Mas é possível. Força, fé e foco!


Comentários

Talita B. disse…
Eu tento ter muita paciencia, porque mesmo eu que tento constantemente ser mais desapegada as vezes me vejo relutando em jogar algumas coisas fora, mesmo que desde que comecei a estudar o minimalismo tenha me desfeito de muita coisa. Entao penso, se pra mim que ja tenho essa consciencia as vezes é dificil, para outras pessoas que nem ouviram falar disso, deve ser mto dificil. Vá aos poucos apresentando a idéia para sua mãe ou outras pessoas, como vc disse aqui "Aos poucos você vai percebendo que não usou aquele objeto, não fez falta e que sua vida ficou até melhor...e isso te anima a continuar... é um moto continuo" =)
Adorei, bjao
Lilian disse…
Oi Talita, rs rs eu tenho falado aos pouquinhos e tenho esperança de fazer funcionar. Sem forçar, claro...só "dando pitaco" mesmo, me propondo a ajudar no destralhe... Vejamos! Obrigada e bjinhos!
disse…
Semana passada eu cheguei a ter um debate com a minha mãe sobre isso. Ela não é acumuladora no nível daqueles que aparecem em programas de TV, mas guarda muita coisa velha e dispensável - revistas de decoração dos anos 90 que ela nunca mais releu, por exemplo. Mas até que ponto é legal se desgastar pra fazer a pessoa entender? Sei lá por qual motivo, mas minha mãe ainda não está aberta a desapegar de certas coisas e eu optei por me manter quieta quanto a isso, mas combinamos que ela tentaria analisar os armários e ver o que poderia ser jogado fora, o que considerei uma pequena vitória :)

Eu estou constantemente destralhando e me policiando para não comprar/acumular coisas desnecessárias. Cada vez fico mais feliz e satisfeita com o caminho que começo a trilhar na minha vida!

Beijos ;*
Lilian disse…
Oi Renata!

É, tem que respeitar sim, mas como eu disse aí em cima, acredito que um toque delicado mas assertivo pode fazer a diferença!!
Unknown disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse…
As vezes, a ideia de guardar é alguma coisa difícil de mudar pq vai contra toda uma vida inteira, uma forma de educação (“é preciso poupar”), eu acho.
Na graduação, eu dividia um ap com 3 velhinhos (71, 72 e 75 anos, respectivamente). eles guardavam tudo, papel de presente, cartão postal, felicitações mandadas pelos bancos, coisas (armas desativadas!?!?!) desde a segunda guerra, etc. até que um deles (na vdd uma delas), comprou um piano (para aprender a tocar, pq não?), mas foram meses reclamando "de que afinal de contas, valeu ter que se desfazer de tanta coisa boa (que ela não usava fazia décadas, roupas velhas por ex.)?" no fim, a mudança de hábito falou mais forte mas foi uma luta... ela rezava todas as noites pedindo ajuda. é preciso fé, as vezes!
Lilian disse…
Na postagem "É simples , gente!" partilhei um texto que me lembra desse comentário seu Amilcar. Tocar piano faz com que esqueçamos do tempo.É um troca poderosa e ajuda sim, e muito, no processo de desapego!!